Presidentes da América do Sul se reúnem hoje em Quito para a dupla posse de Rafael Correa - que inaugura seu segundo mandato presidencial no Equador e assume a liderança rotativa da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) - mergulhados em uma profunda crise regional, protagonizada por um acordo negociado entre Colômbia e Estados Unidos que aumenta a presença militar americana no continente.
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, maior inimigo dos EUA na região, defenderá uma condenação ao acordo. Mas, apesar da intensa troca de acusações e pedidos de explicações entre os mandatários nos últimos dias, o assunto pode acabar sendo tratado apenas superficialmente pelos líderes, por falta de tempo hábil para uma discussão mais aprofundada, o que deve ficar para outra reunião. É o que mostra a reportagem de Chico de Góis para O Globo desta segunda-feira.
Uma declaração do encontro estava sendo finalizada ontem à noite e a tendência era de que uma condenação sobre as bases ficasse de fora do documento.
Ontem, em campanha contra o acordo, Chávez acusou o governo do colombiano Álvaro Uribe de traição à América do Sul.
- Permitir que os Estados Unidos instalem bases em território da América do Sul é uma traição aos povos sul-americanos - afirmou Chávez ontem no seu programa dominical de rádio e TV "Alô, Presidente".
Apesar de Colômbia e EUA terem insistido que o plano não contempla a instalação de bases americanas no país - mas apenas o uso de sete bases locais por soldados americanos - o venezuelano disse que o acordo obriga seu governo a continuar se armando diante do que considera ser uma ameaça de guerra na região.
Além disso, apesar de nos últimos dias ter dado um sinal de distensão ao decidir reinstalar seu embaixador em Bogotá, Chávez anunciou o fim do subsídio de combustíveis em regiões fronteiriças com a Colômbia e a redução de importações de Bogotá, substituindo-as por produtos de nações amigas, como Brasil e Argentina. Para completar, Chávez também acusou soldados colombianos de terem invadido seu território, no que qualificou como uma "provocação".
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