FX-2 Quem manda é Lula! É Rafale sim!


O presidente do Brasil, Luís Inácio da Silva mostrou-se irritado nesta Sexta-feira, após várias declarações contraditórias que deixaram a presidência numa situação de constrangimento, depois de Lula declarar de forma mais ou menos direta que o vencedor do programa FX-2, que prevê a aquisição de 36 caças para a força tinha passado à fase final de negociação, o que foi entendido como a confirmação da vitória da proposta francesa que apresentou o caça Rafale.

No inicio da Semana, dia 7 de Setembro, toda a imprensa no Brasil e em vários outros países apresentou as palavras do presidente brasileiro como uma declaração definitiva sobre a vitória do Rafale na concorrência. Embora Lula não tenha afirmado taxativamente que a decisão final estava tomada, foi absolutamente claro ao afirmar que o Brasil iniciava negociações com a francesa Dassault, um dos três concorrentes finais do programa FX.

As notícias sucederam-se, com fontes do próprio ministério da defesa a confirmar que a decisão tinha sido tomada. Entre outras, o próprio ministério das relações exteriores afirmou que o Brasil poderia vender o Rafale para outros países dentro de dez anos.

Mas ainda no final de Terça-feira, a imprensa noticiava com algum espanto que a Força Aérea Brasileira ainda não tinha entregado sua análise técnica na qual o poder político teria que basear-se para tomar a decisão.
A situação ficou algo confusa, pois as decisões do presidente constituem dessa forma uma desautorização dos militares, cuja análise técnica seria sempre imprescindível.

Na tarde de Terça, após uma reunião com o ministro da defesa, deputados em Brasília disseram à imprensa que a decisão afinal não estava tomada e que nada de definitivo podia ser afirmado quanto à escolha do caça.

Passos atrás

Na Quarta-feira de manhã, o Ministério da Defesa emitia uma nota à imprensa em que afirmava claramente que não tinha sido tomada qualquer decisão, mas que o Brasil tinha recebido uma proposta da França para a compra do cargueiro KC-390 da Embraer.

Nesse comunicado o texto pode ser interpretado como uma afirmação de que a decisão técnica poderia se alterar, com base na proposta de compra por parte dos franceses.
A afirmação do ministério é críptica como convém, mas poderia implicar que a decisão da Força Aérea Brasileira não era favorável ao Rafale, e que a proposta de comprar cargueiros KC-390 poderia levar a uma reanálise da situação por parte dos militares.

No final de Quarta-feira a imprensa brasileira já afirmava que o presidente Lula se precipitou na divulgação do resultado, tendo tomado a decisão praticamente sozinho, sem respaldo técnico e baseado apenas em sua relação de confiança com o presidente da França.
Lula, terá agido por impulso ao tomar a decisão de anunciar a parceria estratégica com a França, depois de Sarkozy lhe comunicar que a França compraria o KC-390 da Embraer para substituir os C-130 Hercules mais antigos ao serviço na França.
Entretanto fontes próximas do ministério da defesa tentavam controlar os danos afirmando que o FX-2 não está escolhido, embora aparentemente exista preferência para o caça da França.

Mas ainda na Quarta Feira, vários jornais brasileiros tornavam público que o principal problema do Rafale era o preço, e que era isso que tinha que ser negociado. Depois disto, foi também anunciado que havia problemas com a famosa transferência de tecnologia.
A França, não se propunha transferir para o Brasil a tecnologia de fabrico dos caças, mas sim os códigos dos vários sistemas de software, que são vitais para integrar a aeronave no sistema de defesa aérea do país.

Concorrentes reforçam propostas

Na Quinta-feira, os restantes fabricantes vieram dizer que não tinham qualquer informação sobre o fim da concorrência, dizendo os dois que suas condições eram das melhores. A Boeing afirmou mesmo que havia uma total disponibilidade para fornecer ao Brasil todas as informações necessárias para garantir a utilização irrestrita da aeronave F-18E/F, enquanto que a SAAB afirmava que a maior parte do caça seria fabricado no Brasil, algo que os outros fabricantes nunca garantiram.
A Boeing descartou a possibilidade, embora afirmasse nos últimos dias que aceitava a montagem e a Dassault deverá montar a maior parte dos aviões no Brasil.

O chefe da Força Aérea veio deitar água na fervura atribuindo a recente confusão à precipitação da imprensa, que terá concluído que as palavras do presidente teriam outro sentido.
No entanto, o presidente afirmou que o Brasil e a França iriam negociar a venda do Rafale, e o presidente da França adiantou mesmo que a França estava disponível para comprar o cargueirosoKC-390 da Embraer.
Seria virtualmente impossível que qualquer imprensa, mesmo não estando habituada aos normais tramites destas questões de compra de armamento não concluísse a única coisa que era possível concluir quando dois presidentes da república afirmam publicamente que os respectivos países até estão interessados em troca de compra de aeronaves.


Situação constrangedora para Lula
A situação entretanto gerada deixa o presidente numa situação complicada pois ele aparentemente decidiu já qual será a aeronave escolhida.
A FAB ainda terá que apresentar seu relatório mas Lula afirmou que lerá o relatório, mas que será ele quem vai decidir a compra e não a FAB.

As declarações de Lula podem ter acabado por decidir a escolha do caça Rafale, pois caso contrário, isso implicaria o total descrédito para o presidente.

Entretanto, embora várias fontes tenham apresentado o Rafale e o pacote geral francês como o mais vantajoso, aparentemente não foi confirmada a transferência irrestrita de tecnologia por parte da França (algo absurdo quando se compreende a extrema complexidade de um caça de combate), nem sequer a montagem dos caças franceses no Brasil.

Outro fator que joga nos últimos tempos contra o Rafale é a atual cotação da moeda europeia, que vale presentemente 1.44 para cada dólar americano. Esta diferença torna todos os produtos europeus extremamente caros quando comparados com os seus equivalentes norte-americanos e exige negociações adicionais para prever futuras flutuações cambiais.

0 comentários:

Top Parceiros

 

Copyright © 2009 A R T E - B E L I C A™. Todos os direitos reservados.