O último desenvolvimento da Sukhoi, entretanto, ainda não entrou em produção seriada, o Su-47 Berkut (em russo: Беркут - Águia Dourada). Essa fascinante aeronave teve seu projeto iniciado em 1983, mas teve seus recursos financeiros governamentais cortados com o colapso do regime soviético em 1989/1990. A Sukhoi continou o projeto com recursos próprios, e construiu apenas um protótipo.
O Berkut voou pela primeira vez em 25 de setembro de 1997, mais como um demonstrador de tecnologia do que como aeronave militar operacional.
A aeronave usa soluções aerodinâmicas muito avançadas: sua asas tem enflechamento negativo. Essa configuração permite uma manobrabilidade fantástica, mas tem características de alta instabilidade, inaceitáveis e perigosas em uma aeronave com comandos de voo convencionais. A solução foi encontrada nos comandos FBW (Fly-by-wire - comandos por cabos elétricos/eletrônicos), operados por manches do tipo side-stick. Dessa forma, os computadores dos comandos de voo corrigem qualquer instabilidade para níveis seguros e permitem à aeronave manobras praticamente impossíveis para qualquer aeronave de configuração mais convencional.
A asa de enflechamento negativo trás várias vantagens aerodinâmicas para a aeronave:
- Alta razão sustentação/arrasto, o que significa alta eficiência aerodinâmica;
- Alta capacidade de manobrabilidade em combate aproximado (dogfight);
- Grande gama de velocidade subsônicas;
- Baixa suscebitibilidade a estois e parafusos acidentais;
- Estabilidade aumentada em grande ângulos de ataque;
- Baixa velocidade de estol;
- Capacidade de decolar e pousar em pistas curtas.
A aeronave demonstrou ter uma "assinatura" de radar muito baixa, dificultando sua detecção. Isso se deve ao seu formato, sua estrutura e sua capacidade de carregar armamentos dentro da estrutura.
O Sukhoi Su-47 Berkut foi equipado com dois motores Lyulka AL37-FU de empuxo vetorado. Cada um desenvolve um empuxo de 83,4 kN (18.750 lbf) em "potência seca" (sem pós-combustores) e 142,2 kN (31.970 lbf) com o pós combustor (afterburner).
O desempenho do avião é superior ao de muitas aeronaves de combate operacionais na atualidade: pode atingir Mach 2 em altitude (operacionamente, Mach 1,6) e Mach 1,14 ao nível do mar. Sua razão de subida inicial é de 46.200 pés por minuto, e o alcance em combate é de 3.300 Km. O peso máximo de decolagem é de 34 toneladas.
Entretanto, o futuro do Berkut é incerto. Como não foi adotado pela Força Aérea Russa, suas possibilidades de exportação são muito reduzidas, por falta de dados de experiência operacional, e o concorrente Mikoyan-Gurevich (MiG) está desenvolvendo sua quinta geração de caças, o que pode colocar o Berkut em xeque.
Fonte: Cultura Aéronautica.
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