
Quando no Verão de 1940 as tropas hitlerianas marcham pelas ruas de Paris, a situação europeia é grave e o continente está praticamente à beira da guerra total
A leste, em 1937 e 1938 a Alemanha tinha anexado a Áustria e engolido o ocidente da Checoslováquia (hoje República Checa). O expansionismo do regime alemão levou a que a França e a Grã Bretanha declarassem guerra à Polónia em 1939 quando a Alemanha invadiu aquele país. Durante o resto de 1939 e o inicio de 1940 a situação estabilizou, até que a Alemanha numa operação relâmpago ocupou a Dinamarca e a Noruega, lançando-se de seguida sobre a Holanda, Bélgica, França e Luxemburgo.
Esperava-se que a França, com o exército numericamente mais numeroso da Europa conseguisse opor-se à força das divisões blindadas alemãs, mas o facto de os franceses embora tendo um poderosa e bem defendida linha de defesa (Linha Maginot) não a terem conseguido prolongar até ao mar, conjugado com o facto de os alemães terem invadido a Holanda e a Bélgica, resultou em receita fatal para a destruição e desorganização dos exércitos franceses. A Itália, aproveitando a situação e querendo um lugar à mesa das negociações para quando os aliados pedissem a Paz, atacou também o sul de França, embora nesse teatro de operações os franceses tenham resistido. A França, é forçada da pedir o armistício, e, humilhação suprema, assina o documento em Compiegne na mesma carruagem de combóio em que o II Reich alemão tinha assinado a rendição em 1918. O rápido e inesperado colapso da França, fez o futuro sorrir para as ditaduras na Europa. A Itália tinha problemas com os ingleses no norte de África, mas a Europa ocidental estava efectivamente nas mãos da Alemanha e dos seus aliados. No entanto, cedo se começou a verificar que a Inglaterra não se iria render ou aceitar uma paz negociada com a Alemanha. A resistência britânica começou a tornar-se evidente com as derrotas das forças italianas no norte de África e com o colapso da Itália nas suas colónias da Abissínia (Etiópia). A Inglaterra tinha sido expulsa da Europa continental, mas continuava a controlar o Mediterrâneo, onde a Royal Navy infligiu pesadas derrotas à Marinha Real italiana. Para Hitler, tornava-se evidente que para vencer a Grã Bretanha, era necessário garantir o domínio do Mediterrâneo, e para o fazer era necessário tomar dois pontos absolutamente fulcrais: Um, era o canal de Suez e o outro o rochedo de Gibraltar, na realidade a última possessão britânica no continente europeu, cuja soberania foi cedida aos britânicos pelos espanhóis no século XVIII.
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