"Não há dia que passe que não sinta remorso pelo que ocorreu naquele dia em My Lai", disse Calley na quarta-feira passada em discurso perante poucas pessoas no estado da Geórgia, segundo informou o jornalista aposentado Dick McMichael em seu blog.
Segundo o jornalista, o ex-apresentador da TV local Al Fleming conseguiu persuadir Calley, que se recusou todos esses anos a se pronunciar, a falar em um clube da cidade de Columbus, perto da base militar de Fort Benning, onde foi julgado.
Embora o ex-militar tenha reiterado que seguiu ordens, como manteve durante todo o processo judicial pelo que foi condenado à prisão perpétua pela morte de 102 civis, admitiu que tinha violado a lei ao seguir determinações ilegais.
"Se me perguntar por que não me neguei a isso quando recebi a ordem, tenho que dizer que era um tenente que recebia ordens do meu comandante e as cumpri, estupidamente", contestou ao ser perguntado a respeito, embora tenha esclarecido que isso não era uma desculpa, mas simplesmente o relato dos fatos.
No massacre, revelado um ano após ocorrer pelo jornalista Seymour Hersh, entre 300 e 500 pessoas da remota aldeia de My Lai foram massacradas, embora Calley só tenha ficado em prisão domiciliar três anos e recebido indulto do então presidente, Richard Nixon.
Todo o processo judicial sobre o massacre foi infestado de incidências e vários críticos acusavam o Exército americano de encobrir os fatos.
Como assinala McMichael, ainda hoje vários americanos consideram que Calley não passou de um bode expiatório.
Durante mais de 40 anos, o ex-tenente manteve silêncio e trabalhou na joalheria da família de sua mulher, sem se esconder, embora sempre tenha driblado o intenso assédio da imprensa.
O massacre de My Lai é considerado um dos fatos responsáveis por mudar a opinião pública americana sobre o conflito no Vietnã, passando a rejeitá-lo.Quer saber mais sobre ele? clique aqui.
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